29.5.06

domingo rosa choque

foi bonito....















sempre a andar, que o calor e o congestionamento não dava para mais













mamã estou aqui!!!!














na chegada, já com a medalha :)













à espera do autocarro



fotos by nataliE (as 3 primeiras) e b'

27.5.06

por uma boa causa





























As receitas das inscrições destinam-se à compra de aparelhos de rastreio do cancro da mama

ver mais aqui

23.5.06

momentos...

sábado foi um dia especial

companhia excelente

as primeiras sardinhas do ano :)

teatro no ccb:

WAITING FOR GODOT
(À Espera de Godot) de Samuel Beckett
Co-produção: CCB / Teatro Meridional

Ficha técnica:
Texto: Samuel Beckett
Encenação: Miguel Seabra
Assistência artística: Natália Luiza
Tradução: Francisco Luís Parreira
Assistência de encenação: Romeu Costa
Interpretação:
António Fonseca (Pozzo)
Pedro Gil (Lucky)
João Pedro Vaz (Vladimir)
Miguel Seabra (Estragon)
1 criança















dois homens no meio do nada, uma estrada, uma árvore
a espera...
um dia igual ao outro?
um dia diferente do outro?
tudo se repete e nada se repete
tudo e nada
a espera...

magnífico lucky

e uma canção que eu já tinha ouvido...
não era a mesma, mas era a mesma :)

cão podengo esfomeado
aboca um osso à socapa
vem de lá o dono irado
faz-lhe os ossos numa papa

corre toda a canzoada
o podengo a enterrar
e na campa lhe é gravada
esta inscrição tumular

cão podengo esfomeado
aboca um osso à socapa
vem de lá o dono irado
faz-lhe os ossos numa papa


estas palavras, que cito de memória, aprendi-as com o meu pai, quando era pequena, sem saber a sua origem
agora sei que as ouviu nesta mesma peça, numa encenação no teatro da trindade, antes do 25 de abril

a não perder:
tnsj, porto, 26,27 maio (integrado no FITEI)
teatro virgínia, torres novas, 10 de junho

19.5.06

poema da auto-estrada
























Voando vai para a praia
Leonor na estrada preta.
Vai na brasa, de lambreta.

Leva calções de pirata,
vermelho de alizarina,
modelando a coxa fina,
de impaciente nervura.
como guache lustroso,
amarelo de idantreno,
blusinha de terileno
desfraldada na cintura.

Fuge, fuge, Leonoreta:
Vai na brasa, de lambreta.

Agarrada ao companheiro
na volúpia da escapada
pincha no banco traseiro
em cada volta da estrada.
Grita de medo fingido,
que o receio não é com ela,
mas por amor e cautela
abraça-o pela cintura.
Vai ditosa e bem segura.

Com um rasgão na paisagem
corta a lambreta afiada,
engole as bermas da estrada
e a rumorosa folhagem.
Urrando, estremece a terra,
bramir de rinoceronte,
enfia pelo horizonte
como um punhal que se enterra.
Tudo foge à sua volta,
o céu, as nuvens, as casas,
e com os bramidos que solta,
lembra um demónio com asas.

Na confusão dos sentidos
já nem percebe Leonor
se o que lhe chega aos ouvidos
são ecos de amor perdidos
se os rugidos do motor.

Fuge, fuge, Leonoreta
Vai na brasa, de lambreta.


António Gedeão

16.5.06

os passarinhos tão engraçados

fazem os ninhos com mil cuidados
















dois rolinhos na laranjeira
















a mãe pintassilga na ameixeira


















os "pintassilguinhos"

12.5.06

pirilampo mágico 20 anos

está aí a Campanha Pirilampo Mágico 2006

do dia 6 ao dia 28 de Maio podemos encontrar um pouco por todo o lado as banquinhas onde, ao levar para casa este simpático bichinho, contribuímos para ajudar as pessoas com deficiência mental

para saber mais sobre a campanha e a Fenacerci podem ir aqui



se tiverem gatos em casa, é uma boa acção a dobrar :))))))

lanço aqui a campanha


compre um pirilampo, faça um gato feliz!

10.5.06

carta para o joão

hoje faz anos que nasceste
quinze dias antes do previsto, devias estar com pressa de ver a revolução que começava cá fora

os pais foram descansar de mim para a madeira e voltaram contigo gerado
um ano quatro meses e cinco dias é a nossa diferença de idade, como tínhamos orgulho em dizê-lo, assim, com os diazinhos todos contados
quase como gémeos, costuma dizer a mãe

“cá em casa é tudo dos dois” era o lema familiar
e assim partilhámos quarto, beliche, bonecas e carrinhos, legos e monopólios
contigo aprendi também o sabor amargo da derrota
como eu chorava quando me davas “grandes tareias” no xadrez, eu esforçava-me tanto, queimava os neurónios e não havia maneira de te ganhar

a adolescência afastou-nos um pouco, afinal qual é a miúda que gosta de ter o irmão mais novo atrelado?
as partilhas das intimidades passaram para as amigas e foi com mágoa no olhar que me disseste “já não és virgem e não me tinhas dito nada”, não calhou...

ao chegar aos vinte ficámos mais próximos de novo, começávamos a ficar verdadeiros amigos

quis a vida, o fado, o destino, ou ninguém que desaparecesses para sempre naquela Festa que tanto amavas, que tanto amávamos, a Festa onde a mãe não conseguiu voltar e a que eu e o pai voltamos ano após ano, já lá vão quase doze...
não há Festa como esta, a vida são dois dias e a Festa são três, para ti foi só um
estou cansado mas não me vou já deitar, disseste, afinal tenho de aproveitar a Festa

num momento ébrio achaste que eras equilibrista
mas não te seguraste bem e o teu corpo frágil não resistiu à queda

hoje é o dia dos teus anos
comprei-te flores amarelas e deixei-as lá, naquele jardim de pedra onde os gatos dormem, ao sol, a teu lado

3.5.06

o riso, o metro e a morte

uma das vantagens de ir de transportes públicos para o trabalho é que se pode ir a ler, apesar de às vezes podermos parecer umas tontinhas...

hoje comecei um livro novo e não é que logo à sexta página dou por mim a soltar uma ligeira gargalhada...:))), volto a ler a passagem e de novo o riso a brotar, de tal modo que a senhora que ia ao meu lado no metro até olhou para mim!!!


aqui fica esse trecho, será que só eu é que acho piada?


"Aceitaremos o repto da imortalidade do corpo, exclamou em tom arrebatado, se essa for a vontade de deus, a quem para todo o sempre agradecemos, com as nossas orações, haver escolhido o bom povo deste país para seu instrumento. Significa isto, pensou o chefe do governo ao terminar a leitura, que estamos metidos até aos gorgomilos numa camisa-de-onze-varas. Não podia ele imaginar até que ponto o colarinho lhe iria apertar. Ainda meia hora não tinha passado quando, já no automóvel oficial que o levava a casa, recebeu uma chamada do cardeal, Boas noites, senhor primeiro-ministro, Boas noites, eminência, Telefono-lhe para lhe dizer que me sinto profundamente chocado, Também eu, eminência, a situação é muito grave, a mais grave de quantas o país teve de viver até hoje, Não se trata disso, De que se trata então, eminência, É a todos os respeitos deplorável que, ao redigir a declaração que acabei de escutar, o senhor primeiro-ministro não se tenha lembrado daquilo que constitui o alicerce, a viga mestra, a pedra angular, a chave da abóbada da nossa santa religião, Eminência, perdoe-me, temo não compreender aonde quer chegar, Sem morte ouça-me bem, senhor primeiro-ministro, sem morte não há ressurreição, e sem ressurreição não há igreja, Ó diabo, Não percebi o que acaba de dizer, repita por favor, Estava calado, eminência, provavelmente terá sido alguma interferência causada pela electricidade atmosférica,...."


in As Intermitências da Morte, José Saramago, Caminho

1.5.06

foi há 120 anos



No dia 1º de Maio de 1886, 500 mil trabalhadores saíram às ruas de Chicago, nos Estados Unidos, em manifestação pacífica, exigindo a redução da jornada para oito horas de trabalho. A polícia reprimiu a manifestação, dispersando a concentração, depois de ferir e matar dezenas de operários.

Mas os trabalhadores não se deixaram abater, todos achavam que eram demais as horas diárias de trabalho, por isso, no dia 5 de Maio de 1886, quatro dias depois da reivindicação de Chicago, os operários voltaram às ruas e foram novamente reprimidos: 8 líderes presos, 4 trabalhadores executados e 3 condenados a prisão perpétua.
Foi este o resultado desta segunda manifestação.

A luta não parou e a solidariedade internacional pressionou o governo americano a anular o falso julgamento e a elaborar novo júri, em 1888. Os membros que constituíam o júri reconheceram a inocência dos trabalhadores, culparam o Estado americano e ordenaram que soltassem os 3 presos.

Em 1889 o Congresso Operário Internacional, reunido em Paris, decretou o 1º de Maio, como o Dia Internacional dos Trabalhadores, um dia de luto e de luta. E, em 1890, os trabalhadores americanos conquistaram a jornada de trabalho de oito horas.

116 anos depois das grandiosas manifestações dos operários de Chicago pela luta das oito horas de trabalho e da brutal repressão patronal e policial que se abateu sobre os manifestantes, o 1º de Maio mantém todo o seu significado e actualidade.

Nos Estados Unidos da América o Dia do Trabalhador celebra-se no dia 3 de Setembro e é conhecido por "Labor Day". É um feriado nacional que é sempre comemorado na primeira segunda-feira do mês de Setembro e está relacionado com o período das colheitas e com o fim do Verão.

No Canadá este feriado chama-se "Dia de Oito Horas". Tem este nome porque se comemora a vitória da redução do dia de trabalho para oito horas.

Na Europa o "Dia do Trabalhador" comemora-se sempre no dia 1 de Maio


fui buscar aqui




"The Five Chicago Anarchists"

A. R. Parsons
Adolph Fischer
George Engel
August Spies
Louis Lingg


Os quatro primeiros foram enforcados no dia 11 de Novembro de 1887.

O último suicidou-se a 10 de Novembro de 1887


saber mais aqui