24.5.07

há dias assim :(

Ma chambre a la forme d'une cage
Le soleil passe son bras par la fenêtre
Les chasseurs à ma porte
Comme des petits soldats
Qui veulent me prendre

Je ne veux pas travailler
Je ne veux pas déjeuner
Je veux seulement oublier
Et puis je fume

pink martini

15.5.07

se fosse daqui a um mês talvez pudesse assinar... mas espero já poder votar

Cidadãos por Lisboa



Urgência nas assinaturas

As eleições intercalares para a Câmara Municipal de Lisboa foram marcadas para o dia 1 de Julho proximo, o que significa que o prazo de recolha de assinaturas tem de ser antecipado.
Precisamos de recolher, até 18 de Maio (Sexta-Feira) 4000 assinaturas de eleitores recenseados em Lisboa.






A candidatura Cidadãos por Lisboa é um espaço de cidadania aberto à participação de eleitores, movimentos de cidadãos e associações cívicas, culturais e sociais, com o objectivo de intervir nas eleições intercalares de 2007 para a Câmara Municipal de Lisboa.


A lista de candidatos Cidadãos por Lisboa não depende de nenhum partido político.

A lista Cidadãos por Lisboa, encabeçada por Helena Roseta, terá de ser proposta por 4000 eleitores recenseados em Lisboa. Cada eleitor só pode ser proponente de uma única lista de cidadãos.

Para ser proponente da candidatura, preencha a declaração de propositura e entregue na sede da Candidatura das 9:30 ás 18:30

“Cidadãos por Lisboa” Rua das Portas de Santo Antão, 84-90 (ao lado do Coliseu dos Recreios)

14.5.07

trabalho ao domingo? não obrigada



www.cesp.pt

http://horariohiper.blogs.sapo.pt/

10.5.07

mais um ano sem ti

Aquele dia as águas não gostaram
as mimosas ovelhas, e os cordeiros
o campo encheram d'amorosos gritos.
Não se dependuraram dos salgueiros
as cabras, de tristeza; mas negaram
o pasto a si, e o leite aos cabritos.
Prodígios infinitos
mostrava aquele dia,
quando a Parca queria
princípio dar ao fero caso triste.
E tu também, ó corvo, o descobriste,
quando da mão direita em voz escura,
voando, repetiste
a tirânica lei da morte dura.

Tiónio meu, o Tejo cristalino
e as árvores que tu já desamparaste,
choram o mal de tua ausência eterna.
Não sei porque tão cedo nos deixaste!
Mas foi consentimento do Destino,
por quem o mar e a terra se governa.
E a noite sempiterna,
que tu tão cedo viste,
cruel, acerba e triste,
sequer de tua idade não te dera
que lograras a fresca Primavera?

Não usara connosco tal crueza,
que nem nos montes fera
nem pastor há no campo sem tristeza.

Camões
jornal de poesia

4.5.07

para todas as mães, em especial para a minha :)

Mãezinha

A terra de meu pai era pequena
e os transportes difíceis.
Não havia comboios, nem automóveis, nem aviões, nem misséis.
Corria branda a noite e a vida era serena.

Segundo informação, concreta e exacta,
dos boletins oficiais,
viviam lá na terra, a essa data,
3023 mulheres, das quais
45 por cento eram de tenra idade,
chamando tenra idade
à que vai do berço até à puberdade.

28 por cento das restantes
eram senhoras, daquelas senhoras que só havia dantes.
Umas, viúvas, que nunca mais (oh! nunca mais!) tinham sequer sorrido
desde o dia da morte do extremoso marido;
outras, senhoras casadas, mães de fiilhos…
(De resto, as senhoras casadas,
pelas suas próprias condições,
não têm que ser consideradas
nestas considerações.)

Das outras, 10 por cento,
eram meninas casadoiras, seriíssimas, discretas,
mas que por temperamento,
ou por outras razões mais ou menos secretas,
não se inclinavam para o casamento.

Além destas meninas
havia, salvo erro, 32,
que à meiga luz das horas vespertinas
se punham a bordar por detrás das cortinas
espreitando, de revés, quem passava nas ruas.

Dessas havia 9 que moravam
em prédios baixos como então havia,
um aqui, outro além, mas que todos ficavam
no troço habitual que o meu pai percorria,
tranquilamente no maio sossego, às horas em
que entrava e saía do emprego.

Dessas 9 excelentes raprigas
uma fugiu com o criado da lavoura;
5 morreram novas, de bexigas;
outra, que veio a ser grande senhora,
teve as suas fraquezas mas casou-se
e foi condessa por real mercê;
outra suicidou-se
não se sabe porquê.

A que sobeja
chama-se Rosinha.
Foi essa que o meu pai levou à igeja.
Foi a minha mãezinha.

António Gedeão