30.3.07

o sotão da infância

às vezes vou lá buscar o cheiro a bolos e doce de tomate da cozinha da minha avó :)


“Diz Molero”, disse Austin, “que um homem ama e odeia, ou é simplesmente indiferente, mas que tudo recomeça em cada minuto que passa, disseram-lhe que nasceu uma criança, amanhã vai ao enterro de alguém, laços fazem-se e desfazem-se dentro dele, segue sonhando a luz de um pirilampo ou de um farol, fica uma noite acordado a olhar para trás, há um sótão mágico onde vasculhar entre memórias, embora ele não saiba onde fica o sótão, acontece que ele existe e sobe-se para ele não se sabe como”. Mister DeLuxe juntou as mãos em frente do rosto. “O sótão da infância”, disse ele, “às vezes vou lá buscar o meu tambor dos cinco anos”. “É isso”, disse Austin, sorrindo, ”e eu às vezes vou lá buscar a emoção de roubar ninhos ou então o cheiro da borracha das botas de pescar do meu avô”.

O que diz Molero, Dinis Machado

23.3.07

a ver ou rever




hoje, na rtp2, às 23.20




Lisboetas é um documentário político sobre a vaga de imigração que nos últimos anos mudou Portugal.
Lisboetas é o retrato de um momento único em que o país e a cidade entraram num processo de transformação irreversível.
Lisboetas é um filme que rejeita o habitual tratamento jornalístico e aborda a experiência humana dos imigrantes da grande Lisboa de um ponto de vista cinematográfico.
Lisboetas é uma janela secreta sobre novas realidades: modos de vida, mercado de trabalho, direitos, cultos religiosos, identidades. É uma viagem a uma cidade desconhecida, a lugares onde nunca fomos e que estão aqui.
Lisboetas é um retrato por dentro. A palavra é dada aos recém chegados. Talvez por isso, como escreveu a crítica do “Público” Kathleen Gomes, “os estrangeiros aqui somos nós”.
Lisboetas não é um filme dogmático, mas é um filme incómodo e que deixa muitas questões em aberto - por que é difícil avaliar o quanto tudo mudou e ainda pode mudar.




Origem: Portugal - 2004

Duração: 58m

Produção: FAUX

Realização: Sérgio Tréfaut

Fotografia: João Ribeiro


www.rtp.pt

22.3.07

menino d'oiro

O meu menino é d'oiro
É d'oiro fino
Não façam caso
Que é pequenino
Não façam caso
Que é pequenino

O meu menino é d'oiro
D'oiro fagueiro
Hei-de levá-lo
No meu veleiro
Hei-de levá-lo
No meu veleiro

Venham aves do céu
Pousar de mansinho
Por sobre os ombros
Do meu menino
Do meu menino
Do meu menino

Venham comigo venham
Que eu não vou só
Levo o menino
No meu trenó
Levo o menino
No meu trenó

Quantos sonhos ligeiros
P’ra teu sossego
Menino avaro
Não tenhas medo
Menino avaro
Não tenhas medo

Onde fores no teu sonho
Quero ir contigo
Menino d’oiro
Sou teu amigo
Menino d’oiro
Sou teu amigo

Venham altas montanhas
Ventos do mar
Que o meu menino
nasceu p’ra amar
Que o meu menino
nasceu p’ra amar

Venham comigo venham
Que eu não vou só
Levo o menino
No meu trenó
Levo o menino
No meu trenó

O meu menino é d'oiro
É d'oiro fino
Não façam caso
Que é pequenino
Não façam caso
Que é pequenino

O meu menino é d'oiro
D'oiro fagueiro
Hei-de levá-lo
No meu veleiro
Hei-de levá-lo
No meu veleiro

Venham altas montanhas
Ventos do mar
Que o meu menino
nasceu p’ra amar
Que o meu menino
nasceu p’ra amar

Venham comigo venham
Que eu não vou só
Levo o menino
No meu trenó
Levo o menino
No meu trenó

José Afonso

post dedicado ao joão miguel, que nasceu há dois dias

19.3.07

dia do pai

As Pombas

Pombas brancas
Que voam altas
Riscando as sombras
Das nuvens largas
Lá vão
Pombas que não voltam

Trazem dentro
Das asas prendas
Nas bicos rosas
Nuvens desfeitas
No mar
Pombas do meu cantar

Canto apenas
Lembranças várias
Vindas das sendas
Que ninguém sabe
Onde vão
Pombas que não voltam

José Afonso


mais uma memória de infância: meu pai a cantar "As pombas" para nos adormecer

16.3.07

a ponte a pé ;))

Sábado, dia 17 de Março 2007

10.00h - Início da VITALIS Corrida da Amizade. Concentração junto ao Padrão dosDescobrimentos e chegada ao Mosteiro dos Jerónimos. Pequeno-almoço e medalhas comemorativas para todos os participantes chegados.

11.30h - Início do 13º Passeio MIMOSA Avós e Netos. Desporto sénior (mais de 45 anos) e júnior (menos de 9 anos). A concentração dos atletas é feita por debaixo do tabuleiro da Ponte 25 de Abril, junto ao rio Tejo e meta junto ao Museu da Electricidade.

16.00h - Início da EDP Prova Mini-Campeões. Partida e chegada junto ao Museu da Electricidade.

Domingo, 18 de Março 2007

08.00h/10.00h Transportes para a Partida:

Mediante a apresentação do seu dorsal, poderá utilizar gratuitamente (dentro da cidade de Lisboa) o METRO, a CARRIS, os comboios da USGL-CP (nas linhas de Sintra, Cascais, Azambuja e Sado) e os comboios da FERTAGUS, a partir de qualquer estação comcorrespondência com estes, com destino ao Pragal.

Após a prova, para regresso aos seus destinos, os atletas poderão utilizar os mesmos meios de transporte, bastandoque conservem o respectivo dorsal.

10.15h

Partida da prova: CTT Prova de Deficientes Motores em Cadeira de Rodas.

10.30h

Partida da EDP 17ª Meia Maratona de Lisboa e da Mini Maratona Vodafone.


mais informação em www.meiamaratonadelisboa.com

10.3.07

vai uma açorda?

Mês do sável e da lampreia na Barquinha

A 13ª edição do mês do sável e da lampreia do concelho da Barquinha começa sexta-feira, 3 de Março, e estende-se até ao próximo dia 8 de Abril, em oito restaurantes do concelho de Vila Nova da Barquinha.

Este ano, e só aos fins-de-semana, cada visitante que provar os peixes que dão nome à mostra nas casas aderentes, recebe um bilhete para um passeio de barco ao castelo de Almourol, a bordo da embarcação “Almourol”, com partidas no Cais d’El Rei, em Tancos.

Das ementas, destaque para a açorda de sável e o arroz de lampreia, iguarias de longa tradição num concelho banhado pelos rios Tejo, Zêzere e Nabão e cuja história está intimamente ligada à actividade piscatória.

Promover a cozinha tradicional do concelho e dinamizar a região em termos turísticos são os grandes objectivos deste certame organizado pela Câmara Municipal da Barquinha, a que se associaram os restaurantes Palmeira, Tasquinha da Adélia e Soltejo (Barquinha), Almourol (Tancos), O Chico (Praia do Ribatejo), Platina (Moita do Norte), Ramos (Madeiras), e Stop (Atalaia).

Além do sável e da lampreia, os visitantes poderão provar outros paladares como a sopa de peixe do rio, molhata de enguias, caldeirada de peixe, fataça na telha ou os barbos de molhata.


www.oribatejo.pt

9.3.07

com um dia de atraso...

Disse Fêmea
Disse fêmea
Mulher feita
Disse fêmea
Disse cresce
Disse muda
Perde a estúpida inocência
Dia após dia
Para aonde ia
Disse fêmea
Mulher feita

Mal eu sabia
Que a vida rouba os sonhos
Mal eu sabia
Que o mundo nos desmama
De paixões surdas,
Cava na cara
Sulcos secos,
Sulcos secos

Disse fêmea
Mulher feita
Faz-te fêmea
Ama-te a ti mesma
O mundo espera
Cheio de tudo
Come-o, feliz, sã, gloriosa, cheia
Diz-te fêmea
Mulher feita


Eu não sabia
Que nascemos sombras
Eu não sabia
Que todos têm medo
De falhar, de perder
Não há braços de fêmea
Para embalar
O mundo


Disse fêmea
Mulher feita
Acabou-se o que era doce
Acabaram-se os amantes
O preço da mão estendida é
A pagar, a pagar,
Mais cedo ou mais tarde
Não repitas os meus erros
Menina feita mulher


Disse fêmea
Mulher feita
Disse fêmea
Disse cresce
Disse muda, muda, muda
Perde essa estúpida inocência
Dia após dia,
Após dia,
Para aonde ia
Disse fêmea
Menina feita mulher
Menina feita mulher
Menina feita mulher.

8.3.07

hoje é o primeiro passo :)

Ai, Mouraria
dos rouxinóis nos beirais,
dos vestidos cor-de rosa,
dos pregões tradicionais.


Ai, Mouraria
das procissões a passar,
da Severa em voz saudosa,
da guitarra a soluçar


será que ainda é assim?
foto daqui

7.3.07

sugestão para o fim-de-semana


O Grande Silêncio
Título original: Into Great Silence
De: Philip Gröning
Género: Doc
Classificacao: M/12

ALE/FRA/SUI, 1995, Cores, 169 min.


"O Grande Silêncio" é o primeiro filme sobre a vida interior da Grande Chartreuse, casa-mãe da Ordem dos Cartuxos, uma meditação silenciosa sobre a vida monástica. Dezassete anos depois de ter pedido autorização para filmar no mosteiro, é dada autorização para entrar ao realizador, que filmará a vida interior dos monges cartuxos. Sem música à excepção dos cânticos do mosteiro, sem entrevistas, nem comentários, ou artifícios. Evocam-se unicamente a passagem do tempo, das estações, os elementos repetidos incessantemente durante o dia ou as orações. Um filme sobre a presença do absoluto e a vida de homens que dedicam a sua existência a Deus. O filme ganhou os Prémios de Melhor Documentário no Festival de Sundance e nos Prémios Europeus do Cinema.